Existem milhões de detritos rodopiando no espaço e centenas surgindo a cada ano. Os cientistas estão esquentando os miolos para dar um fim a eles.
No dia 11 de janeiro de 2007, a China lançou um míssil com um alvo certo: seu satélite meteorológico Fengyun-1C, em orbita a 865 quilômetros de altitude. O objetivo dos chineses era exibir seu poderio militar, mas o que fez os cientistas coçar a cabeça foram os milhares de pedaços de sucatas especial que a explosão lançou ao redor da Terra – tornando 2007 o ano que a humanidade mais poluiu sua órbita.
O lixo espacial é composto de detritos de naves, satélites desativados, estágios de foguetes por todas as tranqueiras que surgem quando esse e outros objetos explodem ou colidem entre si. Conforme esse lixo de acumula, cresce o risco de colisões de satélites e missões enviados do espaço. Todo ano, missões importantes, como a Estação espacial Internacional, precisam ser manobradas a partir da Terra para evitar acidentes. Em alguns casos, tudo o que se pode fazer é cruzar os dedos.
“Há muitos satélites que estão em órbita há mais de uma década e que não podem ser comandados de terra. Se o choque for previsto, não haverá nada que podemos fazer”, afirma Petrônio Noronha, chefe do Laboratório de Integração e Testes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
A situação tente a piorar. Segundo a Nasa, a agência espacial americana, a cada ano cerca de 2000 pedaços de lixo espacial com mais de 10 centímetros de diâmetro (os mais perigosos) entram no espaço. Atualmente, a Rede de Vigilância Espacial dos EUA monitora cerca de 17 mil detritos no espaço, a maioria com esse tamanho. Abaixo de 10 centímetros e com até 1 centímetro de diâmetro, estima-se que existam mais de 300 mil objetos voando sobre nossa cabeça. Menores que 1 centímetro, existem milhões. E, conforme eles colidem uns com os outros, a quantidade de fragmentos fica maior.
As agências espaciais ainda não sabem como resolver o problema. Mas os cientistas têm algumas ideias bacanas – só falta coloca-las em prática. Confira:
SERÁ QUE VAI DAR CERTO?
Conheça algumas tecnologias que os cientistas elaboraram para eliminar o lixo espacial. Elas só precisam ser aprimoradas.
1.LASERS.
O que é: Canhões de laser instalados em terra, no ar e no espaço são disparados contra o lixo, desviando sua órbita para mais perto do planeta. Ao entrar em atrito com a atmosfera, o lixo queima até desaparecer.
O que falta: Até foi elaborado um plano, o Projeto Orion, mas não foi para a frente. A tecnologia para construir existe, mas o custo ainda são extremamente alto.
2.REDES.
O que é : Redes gigantes formadas por uma liga firme e intensa, unidas a hastes infláveis, forma uma espécie de certo enorme. A ideia dos cientistas é joga-las em nuvens de lixo especial e, depois, pescar os detritos.
Oque falta: a técnica já é usada para recolher satélites inativos. Mas o potencial para coletar lixo espacial de forma eficiente precisa ser desenvolvido.
3.FIOS ELETROMAGNETICOS.
O que é: Fios de cobre (ou outros materiais condutores de eletricidade) são acoplados a satélites e outras naves e reagem com o campo magnético da terra para atrair o lixo espacial de volta ao planeta.
O que falta: Aprimorar a técnica. Para o lixo existente, só é possível capturar poucos objetos e de tamanho grande.
4.AEROGEL.
O que é: Substancia leve e super grudenta que prende os detritos e coleta informações sobre eles. A tecnologia já existe – a AEROGEL é usado para coletar amostras espaciais para estudo
O que falta: É preciso ampliar a escala. “Uma quantidade enorme de AEROGEL seria necessária para recolher uma quantidade muito pequena de detritos”, diz Nicholas Johnson, cientista da Nasa.
5.BRAÇO COLETOR.
O que é : Ideia meio maluca (r1sus), é literalmente um braço coletor que serve para agarrar pedaços de lixo maiores.
O que falta: Baratear o custo. O equipamento é muito caro e de uso restrito á coleta de objetos de porte razoável, como naves abandonadas.
6.ESPUMA.
O que é: Um painel de espuma espacial , altamente porosa, colocando na rota dos detritos. Ao passa por ele, o lixo reduziria a sua velocidade, caindo mais perto da Terra – e se incinerando com o atrito.
O que falta: Os painéis precisam ser enormes para atingir uma quantidade significativa de detritos pequenos. Mas ai corre o risco de colidis com outros objetos grandes.